28 de Dezembro de 2008

  O actor Ralph Fiennes concedeu recentemente uma entrevista ao Boston Herald.com para promover seu novo filme, o The Reader. No filme baseado no romance de Bernhard Schlink, Ralph interpreta Michael, um alemão atormentado pelo seu primeiro amor, uma misteriosa mulher mais velha que fez a sua iniciação ao sexo quando adolescente nos anos 50.

  Como não podia deixar de ser, Fiennes também foi questionado sobre sua relação com Voldemort e ele, num tom muito descontraído, respondeu.

  Para ver a entrevista clique no link abaixo. 



RALPH FIENNES
Ralph Fiennes fala que teve dificuldade para entender seu último personagem

Roger Moore ~ The Orlando Sentinel

Ralph Fiennes começou o ano como o assustador chefe de equipa Harry no aclamado suspense tragicomédia de Martin McDonagh “Na Mira do Chefe”, trazendo um desempenho “sólido como rocha”, enfatizou Tae Mawson da BBC.

Ele continuou com uma indicação ao Globo de Ouro como um velho cruel no figurino épico do século XXVIII “A Duquesa”.

E ele está concluindo o ano com um papel no “The Reader”, um filme alvo de premiações e controvérsia por causa da temática – culpa e reparação alemã pelo Holocausto.

“Todos os papéis”, conta Fiennes, fazem ele se colocar “dentro do corpo e mente de uma outra pessoa, e isso é difícil. Uma vez que te colocas no lugar de algum personagem, sempre te custa alguma coisa, como pessoa. Você carrega consigo as suas sombras, suas cicatrizes e de facto tenta e trabalha a sua imaginação para que sintas aquelas coisas”.

Fiennes tem lidado com uma grande variedade de personagens sombrios e perturbados ao longo de sua carreira – ganhando o Tony pelo seu “Hamlet” na Broadway, assustando até a morte uma geração inteira como Lorde Voldemort nos filmes de Harry Potter.

“Fazer Voldemort no mínimo me deu a coragem de raspar a minha cabeça”, brinca Fiennes em Londres, onde ele está atuando em “Oedipus” no Teatro Nacional.

Mas o actor, cuja grande aparição veio com a representação de um comandante nazista de campo de concentração indicada ao Oscar em Lista de Schindler, fala que poucos papéis o deixaram tão desconcertado quando Michael, o personagem principal de “The Reader”.

No filme baseado no romance de Bernhard Schlink, Michael é um alemão atormentado pelo seu primeiro amor, uma misteriosa mulher mais velha que fez a sua iniciação ao sexo quando adolescente nos anos 50. Parte do mistério dela é sobre o que ela fez durante a Segunda Guerra Mundial.

“Ele é um complexo, moralmente. Ele conhece fatos que estão em conflito com suas emoções em relação a ela. Todas essas dúvidas sobre o que ele pensa e sente por ela não são resolvidas até o último segundo do filme”.

Simbolicamente, Michael é frequentemente visto como representante da primeira geração pós-guerra na Alemanha, lidando com sentimentos conflitantes sobre o que seus pais e antepassados fizeram durante o regime de Hitler.

“É um facto arriscado, quando pessoas tentam interpretar Michael como ‘a Alemanha como um todo’ ou uma geração inteira”, diz Fiennes. “Eu tive dificuldade em lidar com isso. Eu o vejo como um homem, lutando contra as circunstâncias da Alemanha e a memória dessa relação intima com alguém que não conhece tão bem quanto achava”.

As controvérsias de “The Reader” se originam tanto do Holocausto pelo ponto de vista dos alemães-não-judeus, como do tratamento da sexualidade. Michael tinha 15 anos quando Hanna, encenada por Kate Winslet no filme, o tornou sua amante. Esse facto levou algumas pessoas – por exemplo, as palavras de Thelma Adams no The Huffington Post – a enxergarem a idade adulta confusa e sem sentimentos de Michael como um indicativo de abuso sofrido num relacionamento sexual inapropriado.

“Eu não entendo isso”, fala Fiennes, 46 anos. “Eu tive um relacionamento de corpo e alma com uma mulher mais velha quando era bem jovem, e nunca me senti abusado por nenhum segundo. Michael ficou curioso. Ele se iniciou. Nunca pensei que ela estava abusando dele de alguma forma. É uma questão de ‘idade de consentimento’, um facto que a lei tem decidido. Algumas pessoas podem estar completamente preparadas para serem iniciados sexualmente aos 12 ou 13 anos”.

O actor está pisando num chão mais firme a respeito da exploração do filme sobre o qual a escritora Hannah Arendt famosamente descreveu como “a banalidade do mau”, procurando explicações para porque alemães comuns fizeram o que fizeram. Fiennes não tem tempo para aqueles que limitariam as formas de filmes apresentarem o Holocausto.

“Para entender como um facto tão horrível como o Holocausto pôde ter acontecido, a psicologia dos perpetuadores, nós não deveríamos ver de onde ele surgiu? Nós podemos organizar sociedades, educação, nossa cultura, nossa forma de comunicação, ao redor daquele entendimento, tudo com uma ideia de prevenir de que alguma vez isso possa aconteça novamente. Onde está o erro nisso”?

 

  Thanks Potterish.

publicado por ●๋•Juℓΐ ρσттєя●๋• às 18:13
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