Como já devem ter visto noutros blogs, têm sido divulgadas muitas críticas sobre o tão esperado filme "Harry Potter e o Princípe Misterioso", que estreia já dia 16 de Julho. Hoje a crítica é da revista brasileira Veja , que a divulgou na edição semanal de hoje. A revista critica positivamente o filme, fazendo especialmente alusão ao facto de a partir de agora a série Harry Potter não ser apenas de diversão infanto-juvenil, começando já a tornar-se um filme para os mais crescidos, podendo comparar-se à trilogia de "Senhor dos Anéis". Para leres a crítica utiliza o link em baixo, ou podes simplesmente ver o vídeo referente à mesma.
Crítica da Veja
Por Isabela Boscov
Depois de sete livros e cinco filmes, é desculpável que se tenha a sensação de que tudo o que se poderia dizer sobre Harry Potter já foi dito. E mais de uma vez. Eis então que algo inesperado acontece: com apenas alguns ajustes, Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half-Blood Prince, Inglaterra/Estados Unidos, 2009), que estreia no país nesta quarta-feira, consegue fazer com que algo tão familiar soe novo, diferente e mais instigante do que em qualquer das aventuras anteriores – em filme ou em livro. O sexto episódio da série é aquele em que Alvo Dumbledore (Michael Gambon), diretor da escola de Hogwarts, obrigará Harry (Daniel Radcliffe) a mergulhar nas várias memórias sobre o vilão Voldemort que, no decorrer de anos, ele colecionou em frascos cristalinos. As lembranças, porém, não são nada menos que turvas: elas mostram como Voldemort, mesmo quando ainda se chamava Tom Riddle e era um garoto órfão e desprezado, já emitia sinais inequívocos de ameaça – que o próprio Dumbledore subestimou. E revelam também que, já poderoso, Voldemort encontrou uma maneira indescritivelmente depravada de se preservar da morte. O empuxo da história, portanto, é lúgubre e incômodo. E são essas as características que David Yates, em uma evolução inqualificável desde o episódio anterior, que também dirigiu, trata de acentuar, até que elas contagiem também os momentos ligeiros do enredo – momentos de calmaria nos quais a desordem nunca demora a se intrometer.
David Yates já está filmando o último episódio de Harry Potter (que, por ser muito longo, será dividido em duas partes). Se prosseguir nesse aperfeiçoamento, poderá encerrar a série em uma chave de fato memorável – o que O Enigma do Príncipe já passa bem perto de ser. Nem tudo é perfeito, claro. Em um filme tão dominado por Gambon e Broadbent, os limites dramáticos de Daniel Radcliffe ficam, se possível, ainda mais evidentes. Mas isso, sim, já é notícia antiga.